sábado, 26 de janeiro de 2013

A IMPORTÂNCIA DE SER UM PROFESSOR LEITOR


Antes de ensinar a ler é preciso tornar-se leitor
Antes de ensinar a ler é preciso tornar-se leitor
Autor: João Bittar

O professor entra na sala de aula, pergunta se os alunos leram o livro recomendado. Alguns dizem que sim, outros começam a inventar histórias enquanto os demais desconversam. Dia de prova. A professora permite consultar o livro, mas muitos alunos se saem mal porque não sabem nem em que página estaria a informação necessária para responder as questões. A cena não é agradável para um educador, mas é comum em muitas escolas brasileiras, sejam elas públicas ou particulares. Professores relatam suas experiências em blogs, páginas da internet e nas conversas no corredor do colégio e pedem auxílio a colegas e especialistas para driblar as dificuldades. Inventam artimanhas para prender a atenção dos alunos, mas esquecem que antes de ensinar a ler, é necessário tornarem-se leitores.
Na visão da pós-doutora em Linguística, Letras e Artes Marisa Lajolo, nem todo professor lê por prazer e existem ainda os que não têm acesso à leitura. “Tenho a impressão de que grande parte da formação inicial e continuada oferecida ao professor o encara mais como um ‘formador de leitores’ do que como uma pessoa que precisa ser formada como leitora”, avalia. Ela acredita que uma das melhores formas de trabalhar isso nos professores é buscar seu “histórico de leitura”. “O que leram , quando leram, do que gostaram, do que não gostaram, que experiências de leitura viveram quando eram crianças”, indica. Marisa afirma que aliar essa avaliação a discussões sólidas de questões de linguagem, de escrita e de leitura pode capacitá-los a trabalhar a leitura com seus alunos.
Doutora em Educação, Eleuza Rodrigues Maria Barboza acredita que a leitura e a escrita são a base para a aprendizagem das crianças e dos jovens. Para ela, todos os professores, independentemente da disciplina que lecionam, deveriam trabalhar com as habilidades da leitura e da escrita. “As dificuldades encontradas pelos professores vêm de uma formação que não priorizou o seu próprio desenvolvimento enquanto leitores e escritores proficientes. Saem das universidades e se deparam com uma diversidade imensa de alunos nas suas salas de aula e têm que aprender fazendo e, muitas vezes, sozinhos”, destaca.
Eleuza que agora atua como secretária de Educação de Juiz de Fora (MG), diz que toda atividade de incentivo à leitura é importante, tanto para alunos quanto para professores. Ela diz que Em Juiz de Fora, algumas escolas começaram a promover a leitura coletiva. Nela, todos os professores e alunos de uma escola trabalham com um livro de literatura previamente escolhido. “Dessa leitura derivam várias atividades que vão desde manifestações de expressão artística, representações teatrais, até atividades de outras áreas como história, geografia, matemática baseadas no livro que todos leram”, conta. Segundo ela, todos aprendem e todos acabam se desenvolvendo nas habilidades da leitura e da escrita.
Em seu trabalho no Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (Caesd) da Universidade Federal de Juiz de Fora, Eleuza observou que estudos de alguns estados mostraram que 30% dos alunos da 4ª série do ensino fundamental tinham desempenho muito baixo na leitura. Para reverter esse quadro, além de melhorar a formação dos professores, Eleuza aconselha a aliar recursos disponíveis, como a tecnologia à leitura para conseguir bons resultados. “Em uma escola em que o professor pode contar com o computador e a internet, o dinamismo das aulas cresce e o ambiente motivador abre um leque grande de possibilidade de trabalho com recursos que enriquecem tanto o professor quanto os alunos e ainda facilita a comunicação que se estabelece entre eles”, conclui.
Marisa Lajolo completa: “um professor, paradoxalmente, é um profissional que precisa ser conquistado para o exercício de suas tarefas”.
(Rafania Almeida)
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=1153

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

AS ESCOLAS DEVEM SER ESPAÇOS DE FELICIDADE?



15/01/2013 - 03h30

Opinião: "As escolas devem ser espaços de felicidade?"

ARIANA COSME
ESPECIAL PARA A FOLHA

Devem as escolas ser espaços de felicidade para os alunos que as frequentam?
Os mais conservadores repudiam tal exigência porque defendem que as escolas, em nome da disciplina, não poderão deixar de confrontar os alunos com atividades que nem sempre lhes são simpáticas. Aqueles que abordam as escolas numa perspetiva focalizada nos interesses e no bem-estar dos alunos defendem, pelo contrário, que a felicidade é condição fundamental de um projeto de escolarização bem-sucedido.
Será esse um debate útil? A experiência que temos tido, sempre que o assunto é abordado, mostra que não.
O tema é interessante, mas o modo como é discutido nos desvia da questão crucial: a de saber qual é a missão das escolas nas sociedades contemporâneas. Uma questão para a qual há uma resposta mais ou menos consensual, em função da qual se entende que as escolas existem para que os alunos se apropriem de um conjunto de informações, instrumentos, procedimentos e atitudes entendido como necessário à afirmação e à vida de cada um nas sociedades contemporâneas.
Assim, as divergências que possam existir no modo de pensar a missão das escolas têm a ver, sobretudo, com o modo como se concebe a realização de um projeto.
É que, para alguns, os alunos são alunos porque são ignorantes que podem deixar de o ser graças à ação educativa das escolas. Para outros, alunos são seres portadores de saberes que as escolas terão que ser capazes de reconhecer para que aquela ação esteja em conformidade com os valores e as exigências do mundo em que vivemos.
Basta-nos recorrer ao nosso bom senso para compreendermos que nem os alunos são ignorantes, nem basta respeitar, apenas, os seus saberes para que eles possam compreender outras perspetivas ou encontrar outras respostas e outras maneiras de agir. Por isso é que a função das escolas é fazer com que cada um saia da sua zona de conforto e se aventure num mundo desconhecido, vivendo experiências pessoais, sociais e culturais que de outro modo não viveria.
O que é que esse projeto tem a ver com a felicidade? Não sei. Mais do que a felicidade dos seus alunos, a preocupação das escolas deverá ser a de tentar que eles estabeleçam uma relação significativa com todas as tarefas e os desafios intelectuais, relacionais e éticos que aí lhes são propostos.
Talvez passe a haver mais momentos de felicidade nessas escolas. O que vai acontecer dependerá do rigor com que as instituições assumam uma tarefa tão exigente.
ARIANA COSME é professora da Universidade do Porto (Portugal), doutora em Ciências da Educação e especialista nas áreas da gestão e organização do trabalho pedagógico e da intervenção com crianças e jovens em risco de insucesso escolar

DICAS PARA LEITURA NAS FÉRIAS


Como ler mais livros por ano

01/01/2013
Gosta de ler livros, mas não encontra tempo ou paciência? Confira algumas dicas para conseguir ler mais de 70 livros por ano

(Crédito: Shutterstock.com)
(Crédito: Shutterstock.com)
Seu cérebro só consegue absorver as informações de maneira eficiente quando está focado em somente uma tarefa

 
Embora a leitura de pelo menos 70 livros por ano pareça uma tarefa difícil, com as habilidades certas isso pode ser mais fácil do que você imagina. Ler faz bem para o seu cérebro e não requer um grande investimento. Se você gosta de ler, mas tem preguiça ou não consegue por falta de tempo, confira a seguir algumas dicas que podem ajudar a "devorar" livros:
   1. Aprenda a ler com velocidade
A leitura é uma habilidade muito importante. Portanto, desenvolver técnicas para melhorar e aumentar o seu ritmo de leitura pode ser interessante. A ideia real por trás da leitura com velocidade é simplesmente fazer uma leitura focando apenas nos trechos que interessam, sem perder tempo com passagens não tão importantes.
 
 2. Tenha sempre um livro novo
Isso pode parecer óbvio, mas a melhor maneira de aumentar a quantidade de livros que você lê é sempre ter um livro novo disponível na sua prateleira.

 3. Leia um livro de cada vez
Leia um livro de cada vez. Seu cérebro só consegue absorver as informações de maneira eficiente quando está focado em somente uma tarefa. Por isso, a dica é ler com atenção um livro por vez.
 
 4. Defina uma meta de leitura por mês
Faça uma lista com as principais obras que você gostaria de ler durante o mês, e comece a ler. Coloque como uma meta que deve ser atingida mensalmente. Isso vai auxiliar na sua rapidez.
 
 5. Corte as distrações
Quando você escolher o livro que vai ler, não perca tempo com distrações como televisão, internet e músicas. A partir do momento em que você se comprometer em terminar de ler uma obra, você certamente vai cumprir essa meta.